A pernambucana Carol Santiago, 33, quebra o jejum de 15 anos da natação paralímpica feminina. Fabiana Sugimori, nadadora cega, foi a última a bater recorde mundial nos Jogos Paralímpicos de Atenas, em 2004.
Nessa sexta-feira 26/4, a nadadora pernambucana Carol Santiago, 33, quebrou duas vezes o recorde mundial dos 100m peito classe SB12, para atletas com baixa visão. Carol venceu sua eliminatória dos 100m peito SB12 com o tempo de 1min14s94, oito centésimos abaixo do tempo da alemã Elena Krawzow (1min15s02), estabelecido em Eindhoven, na Holanda, no início deste mês. Na parte da tarde, retornou ao centro aquático e venceu a final da prova com o tempo de 1min14s79. Desde 2004, o Brasil não batia um recorde mundial na natação paralímpica feminina. Fabiana Sugimori, nadadora cega, foi a última mulher brasileira a bater um recorde na água nos Jogos Paralímpicos de Atenas 2004.
Carol é nova no cenário paralímpico. Somente em outubro do ano passado, ela iniciou sua caminhada. No entanto, ela já praticava natação convencional. Por ter nascido com Síndrome de Morning Glory (alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão), chamou a atenção de seu treinador, que entrou em contato com Ana Paula Brandão, técnica do Grêmio Náutico União, de Porto Alegre, para analisar a possibilidade de uma transição ao esporte paralímpico. Obteve sua classificação funcional e rapidamente destacou-se no Campeonato Brasileiro de 2018.
O feito ocorreu no Open Internacional de Atletismo e Natação Paralímpicos, que acaba hoje em São Paulo. Além da Carol, no primeiro dia de competição, Vinícius Rodrigues quebrou o recorde nos 100m T63 (categoria para amputados de pena no atletismo (veja mais aqui). Desde quinta-feira, o evento ocorre no Centro de Treinamento Paralímpico e conta com mais de 600 atletas de 20 países.
“Estou muito feliz e emocionada por ter conseguido quebrar este recorde mundial. Fui apresentada ao esporte paralímpico recentemente e não poderia me sentir melhor. Ainda tenho pela frente a etapa nacional do Circuito Loterias Caixa, em maio, mas estou muito ansiosa para disputar as competições internacionais deste ano pelo Brasil”, disse Carol Santiago.
Com auxílio de informações do Comitê Paralímpico Brasileiro
Foto: Alê Cabral/CPB