Em toda história sempre existem os desbravadores. E na história do esporte paraolímpico não poderiam faltar os percursores. Atletas com deficiência que hoje nem são muito conhecidos ou lembrados pela sociedade, mas que sem eles e sem as medalhas deles o Brasil jamais chegaria ao patamar que chegou no esporte paraolímpico. “Nós fomos os quebradores de pedras”, lembra Anderson Lopes, atleta de lançamento de disco que carrega vários títulos na bagagem entre eles o recorde mundial (1997) e dois bronzes dos Jogos Paraolímpicos de Atlanta (1996) e Sydney (2000) – veja o perfil completo abaixo.
Anderson completa seus 47 anos hoje, 4/2, com a consciência da sua contribuição e de todos os outros que defenderam o Brasil sem as mínimas condições e maior reconhecimento. “Nós tivemos uma missão e tanto: “mostrar para o Brasil que nós atletas paraolímpicos, pessoas com deficiência, somos capazes”, declarou orgulhoso e ciente do seu papel.
“Nos meus 47 anos, eu posso relatar não só o meu prazer de ganhar medalhas pelo país, mas de saber que cada medalha ao qual eu ganhei na minha carreira serviu de chave e de oportunidade pra que muitas outras pessoas com deficiência ou não pudesse estar inseridas em uma sociedade mais justa”, destacou.
Para Clodoaldo Silva, um dos atletas paraolímpicos mais populares do Brasil, Anderson sempre foi e será um grande exemplo, além de uma peça chave para incentivar os atletas e o esporte. “Ele é meu amigo, meu companheiro de lutas, meu irmão. Lembro que em 2009 eu estava lá em Natal, ainda bem triste com tudo que tinha acontecido nos Jogos Paraolímpicos de Pequim,no ano anterior. Você, a Solange (sua esposa) e o Cauâ (seu filho) foram me visitar e entre uma praia e outra, passeios de Buggy com emoção, você me fez o convite para retornar para o Rio, ou melhor, para Niterói, para Andef e recomeçar tudo novamente. Aceitei o convite e o novo desafio e, em 2010, voltei para as piscinas, muito por sua culpa (Rs). Nossa amizade se fortaleceu mais e mais. Saiba que sou grato por tê-lo como amigo. Te amo”, declarou Clodoaldo Silva.
Em entrevista para assessoria do Clodoaldo, Anderson relatou que está muito feliz. Ele falou um pouco do papel dos primeiros atletas e gestores, da evolução do esporte paraolímpico, da contribuição do esporte paraolímpico para a inclusão e acessibilidade das pessoas e deu uma aula sobre a importância da defesa dos direitos das pessoas com deficiência. Confira a entrevista completa abaixo.